sábado, 23 de maio de 2009

qui ridentis nunc


... considera quanto giustamente il Signore riprenda tanto quei, ch'ora ridono con maniera eccessiva, dondosi en preda alle vane conversazioni, a canti, a balli, a bagordi, ad impurità, e cercando sempre de starsene allegremente... Economia solene, exposta de forma sombria também pelo Sermão da Quarta Feira de Cinzas, da troca entre os risos no vale de lágrimas pelas lágrimas por não estar no riso eterno. Comparação entre a vida breve e a eterna condenação, o riso momentâneo e o choro eterno, o ato fugidio sobre a Terra, a condenação no Além. Escolha entre Heráclito, que chora, Demócrito, que ri. Sentimento barroco do luto, necessidade de medida na alegria. Deus está olhando o riso, os que riem, pois hão de chorar. Escreve Paolo: Que amargos rios devem aqueles míseros condenados verter de pranto, quando se sentem ora deslocar os osssos, não de outro modo, que se fosse um acúleo, ou arrotear, ou atanazar, ou puxar ou destroçar de outras diversas formas, que podemos alcançar com os nossas palavras, mas não exprimir. Riem porque não imaginam, não são alcançados pelas palavras, pelo temor, pelo luto de viver.

(gennaio iii, Eclesiastes 40).

(Emblema: "Quidqui edis quodcunque bibis, moriatur oportet,Ut inde vita suppetat:Et nos à Christi quòd vitam morte petamus,Philosophe rides impie?". Theodor de Beza, Icones, 1580)

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