terça-feira, 7 de julho de 2009

Vae vobis, qui ridentis nunc

Considera, che quella Casa, nella quale tu abiti di presente, non è altrimenti, a dir vero, la casa tua. Ella à più tosto un'ospizio, che ti ricetta a tempo, e a tempo anche breve. Teus mais caros serão os primeiros a se livrar de ti, quando aprodreceres. A tua casa é a sepultura. Dela não mais sairás para rever nenhum daqueles que tu conheces. Somente hás de sair quando a destruição universal do Mundo se cumprir. E a sepultura não é sua verdadeira casa, mas apenas de teu cadáver. Sua casa será a eternidade - o Paraíso ou o Inferno. Não há outra. O que fazes para te condenar? Bastaria talvez empenhar-te a meias para conquistar o Céu. Os ímpios começam a preparar a danação primeiro com atos, depois com palavras, por fim desejam a danação: Se mi dannerò, faccia Dio. Considera a duração do Inferno. Passará todo aquele número não uma vez, mais mil e depois mil e depois mil e depois incessantemente outro mil. E ainda tudo outra vez. Terrível eternidade! Quem pode jamais compreendê-la? A ti não parece mal correr esse risco? Não temes o fogo que se abateu sobre Sodoma? Considera, por outro lado, esta mesma eternidade no Paraíso. Perpétua paz, riso, recreação, perpétua festa, sicche andranno poco a poco annegando in un soave naufragio di contentezza, senza che mai trovino fondo. Poderia parecer que depois de grandes milhões de séculos, e milhões, e milhões, a beatitude chegaria ao tédio. Ma non à vero. Sempre sarà como nuova. Quando São João a viu, disse que cantavam sempre cânticos novos. De aqui se argumenta que estranha beatitude seria aquela, a qual sempre te pasce, sempre te agrada e jamais te sacia. Uma canção de três horas, por bela que seja, não pode mais te agradar; um banquete que dure um dia inteiro, uma comédia que dure uma noite inteira. E esta beatitude é ainda assim cara que então não seria beatitude se surgisse a suspeita que devesse cessar um só momento, ou mudar-se.

Considera tua estultice ao considerar tuas casas de eternidade. Tanto fazes para ter uma boa casa na Terra e não farás nada pela casa em que estarás por todos os séculos? A eternidade, nota, não é da casa, mas do habitante, a eternidade será tua. E così vuol dirsi con ciò, che tu sei eterno, che la casa è eterna e che vi havrai da abitare anche eternamente.

(gennaio xxviii, Eclesiástico 12, 5)

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