quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Auria donc de mi eveja?

O Carnaval também mereceu o comentário condenador de São Roberto Bellarmino (1542-1621), célebre por seus avisos cautelares a Galileu Galilei sobre o movimento da Terra. Em sermão pronunciado em Louvain (Concio XX, de Dom. Quinquagesimae, publicado em 1615), comenta:

Povo maravilhoso, esses foliões. Não precisam de sono como os demais mortais. Dançar basta. Por toda a noite vão pela cidade, berrando e se divertindo e ainda que suas pobres cabeças estejam expostas à chuva e ao vento não parecem sofrer qualquer dano. Basta, porém, a sugestão de uma hora solitária de oração ou o pedido para cumprir uma obra de caridade após o poente e vocês verão o que acontece. A brava cabeça que suportava os rigores da meia noite tão corajosamente logo começa a doer e, no dia seguinte, o pobre sujeito não consegue acordar antes do meio dia...

Bellarmin nota que o Carnaval não está previsto no Breviário, mas não há data observada mais... religiosamente. A citação se encontra em James Broderick, S.J., The Life and Work of Blessed Robert Francis Cardinal Bellarmine 1542-1621. Londres, Burns Oates and Washburne, Publishers to the Holy See, 1928, págs 92-93.



Foto: loja de máscaras, Veneza.

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