Nesse ponto, Segneri toma parte em um problema tão paradoxal quando o problema do Mal: o problema do Bem. O bem que fazemos é realmente o bem? Se nossa existência é parte de uma cadeia incontrolável de eventos, tal como a representa o pensamento secular, não há como saber se o bem que fazemos hoje não será mal amanhã. Os atos humanos fazem parte de uma série infinita, cuja soma é desconhecida.
Segneri afirma que o Bem só pode estar baseado na Graça. Apenas Deus tem a ciência necessária das causas e dos eventos para definir o que é o Bem. O resto, fazemos no escuro, apenas com o melhor das intenções.
Quoy qu’en tout temps l’aumosne soit utile
Aux souffreteux, point ne faut de trompette
A l’annoncer, comme dit l’Evangile.
La charité de coeur vraye & parfaicte
Ne veut tesmoins de son oeuvre bien faicte.
Car il suffit que Dieu bien apperçoit,
Que l’indigent de ton bien a disette.
Le publiant son salaire reçoit.
Georgette de Montenay. Emblemas Cristãos (1584).
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