quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Fii vostri vor ascunde a lor frunte in terina

Sobre Romanos 8.17, o trecho comentado por Segneri no século XVII, escreveu Karl Barth no século XX:

"Nossa humana presente existência - ela mesma não eterna, mas trazendo em si a eternidade não nascida - é encoberta pelo sofrimento, como um manto escuro, por uma espada desembainhada, por uma parede alta. Em si mesma, nossa vida é contestável; não há nela repouso, pois, sendo finita, é definida e constituída pela ambiguidade. Nossas experiências das limitações temporais de nossa existência, do estreito vazio de nossos poderes, das grandes e pequenas tribulações que, como fragmentos da Terra, devemos suportar em dor, são apenas sombras de nossa finitude. O que cedo ou tarde encontraremos como barreira final é a Dor em nossa dor. Não devemos permanecer em ignorância que a este ponto Deus dirige Sua questão a nós e que para ele também Ele prepara a Sua resposta. No Espírito, o segredo de Deus não pode ser escondido. No Espírito, podemos perceber o sentido de nossa vida, manifestado como sofrimento. No Espírito, sofrimento, suportado e aceito, pode se tornar nosso avanço em direção à glória de Deus. Esta revelação do segredo, esta compreensão de Deus no sofrimento é a ação de Deus em nós. Tal compreensão é o testemunho do Espírito, pelo qual é permitido à Verdade ser a Verdade e também a garantia de que somos filhos de Deus e, como tais, herdeiros de sua glória." (Epístola aos Romanos, OUP, 1968, pág 301)

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