sexta-feira, 6 de novembro de 2009

con si santi ezercizii si giungeva l'ultimo giorno

O ponto alto das procissões rituais conduzidas por Paolo era a missa. De forma dramática, o sacerdote surgia portando uma coroa de espinhos e praticava a auto-flagelação no púlpito, com grande abundância de sangue. A reação registrada por seu biógrafo é ao mesmo tempo convencional e inevitável: a imensa lista de arrependidos como as prostitutas, os assassinos de estrada e os judeus.

Segneri também organizava cultos noturnos e missas campais. As procissões de flagelantes tinham no pregador uma figura de destaque, andando com cadeias nos pés, etc. Ao longo das cerimônias, ele queimava cartas de jogo, condenava brutalmente os pecadores e repetia a flagelação. Quando contestado por seus amigos e pares, dizia: a eternidade se aproxima. Sua ação provocava mesmo a ira do inferno: um espírito expulso de uma mulher não o deixou dormir, certa vez, batendo portas por toda a noite (pág 70).

O resultado de todo esse zelo era uma verdadeira epidemia de confissões, com filas e filas de gente buscando o sacramento. Tarefa, aliás, que cabia a seus irmãos jesuítas. Os problemas de surdez de Segneri não lhe permitia receber a confissão, a não ser em ambientes preparados, onde o fiel poderia falar em voz mais alta.

Ragguaglio, Caps 13 a 20.

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