terça-feira, 18 de outubro de 2011

molte ingiure di sua gran confusione

Não escapava a Segneri os perigos de sua escolha vocacional e de seu talento literário. Celebrado pelas populações que se reuniam para ouvir suas prédicas em praças e estradas e recolhiam mínimas relíquias, como a água que restava em seu copo, ele praticava uma rotina de atos de humilhação, como lavar os pés de seus servos e a flagelação ritual. As editores pediam suas obras para publicação, mas bastava uma observação de seu confessor para que deixasse morrer o assunto. Atos como a pintura de seu retrato em uma muralha urbana perto de Gênova ou o hábito de lhe chamarem de "Padre Santo" lhe causavam grande preocupação. Com o tempo, evitava demonstrações públicas de sacrifício pessoal. Por vezes, entrava em uma cidade em uma carruagem, depois de ter percorrido todo o caminho a pé. Para um religioso sincero, os sinais de glória temporal podem ser preocupantes. Mais velho, após a missa, por vezes pedia a um irmão que o flagelasse e lhe dissesse em face as injúrias mais desconcertantes.

Raguagglio, capítulos LVIII a LXI.

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