quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Imi va resplati vécure trecute cu amar

O comentário do dia 20 de março é sobre a espera; o santo do dia, nos tempos de Segneri, é São Joaquim, esposo de Santa Ana, pai de Maria, avô de Jesus. Nas gerações, portanto, um símbolo dessa espera; da graça, ainda distante, que se aproxima.

Joaquim e Ana não são mencionados pelos Evangelhos. Os fatos da tradição vêm do chamado Proto Evangelho de Tiago, um texto atribuído ao ano 145, e espelham, em boa medida, a história de Abraão e Sara. Um casal sem filhos até a velhice, quando o Senhor lhes concede a graça do nascimento de Maria. Os episódios da vida de Joaquim e Ana, assim como da criação da Maria, tiveram lugar de destaque nas tradições e na arte cristãs até que a Contra-Reforma, no século XVI, limitou a citação dos textos considerados apócrifos. Após o século XVIII, mesmo a posição de São Joaquim no calendário dos santos foi alterada.

Seja como for, a influência desta tradição é tão expressiva que encontrou seu caminho mesmo no Corão, cuja terceira sura recebe o nome de Joaquim (Imran) e estabelece a base para o culto de Maria no Islã. O verso 37 cita diretamente um episódio do capítulo 8 do Proto Evangelho de Tiago, quando Maria, sozinha no Templo, recebe o alimento de um anjo:

“Seu Senhor a aceitou benevolentemente e a educou esmeradamente, confiando-a a Zacarias. Cada vez que Zacarias a visitava, no oratório, encontrava-a provida de alimentos, e lhe perguntava: Ó Maria, de onde te vem isso? Ela respondia: de Deus!, porque Deus agracia imensuravelmente quem Lhe apraz.” (3:37)


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