Ainda que a corrente do rio nunca se interrompa, as águas que passam, momento a momento, nunca são as mesmas. Onde a corrente forma remansos, bolhas vêm à superfície, se desfazem e desaparecem, dando lugar a outas. Nenhuma dura muito. Nesse mundo, as pessoas e suas casas são assim, sempre em mudança [1]
Nem é claro para mim, enquanto as pessoas nascem e morrem, de onde elas vêm e para onde vão. Nem porque sendo tão efêmeras nesse mundo, têm tal cuidado em fazer suas casas agradáveis aos olhos. O dono e a casa competem em sua transitoriedade: ambos hão de perecer como a glória da manhã em seu orvalho. Por vezes, o orvalho evapora primeiro, enquanto permanecem as flores, somente para fenecer sob o sol da manhã. Por vezes, fenecem antes mesmo do orvalho e ninguém espera que este dure até a noite. [3].
Tradução da tradução de Robert Lawson, Washburn University:
http://www.washburn.edu/reference/bridge24/Hojoki.html
Lua de outono sobre o rio Tama. Ando Hiroshige (1797-1858).
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