O relato, o sadismo, o número de vítimas e os cadáveres queimados podem recordar horrores do século XX. Sua retórica numérica vai, contudo, além de um massacre anônimo e sem face. Um, dentre eles, traiu e abjurou. Outro, vendo o sacrifício, abraçou a promessa da Fé. A pergunta de Segneri, portanto, não é quantos somos, em qualquer dos lados, mas "em que lado estamos"?
Esse tipo de horror e de conversão entre soldados não é privilégio dos primeiros séculos, nem, talvez, da fé em Cristo. Glenn Gray, um estudante de filosofia que lutou na França como oficial de inteligência do Exército dos Estados Unidos narra que, em agosto de 1944, interrogou um soldado alemão que, depois de participar de algum ataque a civis na França ocupada, desertou e lutava ferozmente ao lado dos resistentes franceses. Gray suspeita que o episódio que levou à sua deserção foi o macabro massacre de Oradour. Diante do horror generalizado, viu alguma luz estranha, abjurou e mudou de lado. Não foi o único:
“In the Netherlands, the Dutch tell of a German soldier who was a member of an execution squad ordered to shoot innocent hostages. Suddenly he stepped out of rank and refused to participate in the execution. On the spot he was charged with treason by the officer in charge and was placed with the hostages, where he was promptly executed by his comrades." J. Glenn Gray. The Warriors. Reflections on Men in Battle, 1959. págs 185-186.
Igreja dos Quarenta Mártires. Bitola. Macedônia
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