O objetivo do vício, na verdade, é distrair o espírito de uma chaga ou de uma angústia realmente penosa. O medo primal dessa condição é que empurra os humanos para a obsessão do vício. Esse fato explica, de uma forma bem direta, o fenômeno descrito por Segneri. A muitos, Satanás nem precisa tentá-los: correm atrás do vício e do pecado por livre e espontânea vontade. Pedem por uma tentação, pedem pela condenação.
Hollis e Segneri, contudo, nos deixam sem uma explicação para a origem dessas chagas. O jesuíta desculpa Satanás; o psicanalista alude ao desconhecido:
Falar em inconsciente é falar do que não pode ser examinado diretamente. Do contrário, seria consciente. Sendo inconsciente, como pode ser levado em conta pela consciência? Segneri, ao menos, não aventura sofismas. Sêneca escreveu melhor: Tempestates nos animi quotidie iactant. Está na Epístola LXXXVIII.
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