Prop. XXXVI. O amor intelectual de Deus é o amor com que Deus ama a si mesmo, não enquanto é infinito, mas enquanto ele pode ser explicado por meio da essência da mente humana considerada sob a espécie da eternidade; em outras palavras, o amor intelectual de Deus é parte do infinito amor com que ama a si mesmo.
Prova.- (1) Este amor deve ser relacionado às atividades da mente (V:xxxii.Coroll. and III:iii.); é ele mesmo uma atividade pela qual a mente vê a si mesma acompanhada pela idéia de Deus como causa (V:xxxii.&Coroll.); que é (I:xxv.Coroll. and II:xi.Coroll.) uma atividade por onde Deus, enquanto pode ser explicado pela mente humana, vê a si mesmo acompanhado pela idéia de si mesmo; portanto esse amor é parte do infinito amor com que Deus ama a si mesmo. Q.E.D.
Corolário - Daí segue-se que Deus, na medida em que ama a si mesmo, ama o homem e consequentemente o amor de Deus pelos homens e o amor intelectual de Deus são idênticos.
Bento de Spinoza, Ética, Livro 5.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
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