Concluída a narrativa de seu passamento, começa o registro de seus comentários pessoais, colhidos em conversas com seus discípulos e colegas. Sobre a reforma moral, dizia Segneri, é melhor começar de súbito e de forma integral. Melhoras graduais exigem lungo tempo, gran fatica e minor fruto. Trata-se de pedir a graça de Deus logo. Em outra carta, a um dos nossos, dizia Segneri: há que fazer a vontade de Deus e servi-lo. Il resto è mera bugia. Ele mesmo, por sinal, declarava ter dúvidas sobre a natureza de seu amor: se era pelo que Deus é ou pelo que Deus dá. Gostava de repetir que mal podia esperar para chegar ao Céu.
Não faltava a Segneri uma cordial bonomia. Tendo pedido a um padre que fechasse uma porta que deixara aberta, ouviu, em resposta, "se afrontarás tantas tempestades amanhã em suas missões, porque temes este vento hoje?". Responde Segneri: "hoje cuido eu desse assunto, amanhã, Deus cuidará". Ria dos perigos, como no desembarque em Gênova e na travessia dos rios. No curso de uma viagem entre Roma e Florença, acompanhado de Lorenzo Gualtieri, enviado do Grão Duque, sua carruagem cai por um ribanceira. Gualtieri começa a gritar por Jesus; Segneri apenas sorri e, de fato, nada aconteceu e ninguém perdeu a vida, homens ou cavalos. Contestado com a afirmação de que os outros temiam pois eram pecadores, retrucou: "Ah, filho, sou bem pior que tu, sou a escuma dos perversos, mas estávamos em viagem pela causa de Deus, não havia o que temer. Amemos a Deus sempre mais e nos voltemos a ele, porque no outro mundo, ó grande coisas! Ó grandes coisas!.
Nas missões, apesar de todas as tempestades e do mau tempo, sempre começava suas prédicas em campo aberto e chamava a todos à devoção. Não hesitava em denunciar concubinas de poderosos e escândalos, apesar de todos os riscos pessoais. Após condenar os Quietistas, passou a receber cartas com ofensas e ameaças e muitos o aconselharam a abandonar as missões, as estradas desertas e as pequenas cidades: esta é a causa de Deus, dizia, cabe a Deus defendê-la.
Raguagglio, XLV a XLIX
sábado, 30 de abril de 2011
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